A vitamina D é conhecida por sua importância na saúde dos ossos e do sistema imunológico, mas sua atuação vai muito além disso. Estudos cada vez mais consistentes mostram que ela também tem impacto direto sobre o humor, o bem-estar emocional e o equilíbrio mental, especialmente em períodos do ano com menos exposição solar.
A depressão sazonal, ou transtorno afetivo sazonal (TAS), é uma condição caracterizada pela queda no humor, apatia, cansaço e irritabilidade, geralmente no outono e inverno. E a baixa produção de vitamina D nesses períodos pode ser um dos fatores que intensificam esse quadro.
Por que a vitamina D influencia o humor
A vitamina D atua em diversas áreas do cérebro, incluindo as que regulam a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer, motivação e estabilidade emocional. Níveis adequados da vitamina ajudam a manter o equilíbrio desses neurotransmissores, o que pode reduzir sintomas de tristeza, ansiedade e desânimo.
Além disso, a vitamina D tem ação anti-inflamatória e neuroprotetora, o que também contribui para proteger a saúde cerebral de forma mais ampla.
O que é a depressão sazonal e como ela se relaciona com a vitamina D
A depressão sazonal é mais comum em regiões com invernos longos, dias curtos e pouca exposição solar. Nesses períodos, o corpo produz menos vitamina D devido à ausência de radiação UVB suficiente para ativar a síntese cutânea.
Com isso, ocorre uma queda nos níveis séricos da vitamina, afetando diretamente a regulação do humor. Pessoas com predisposição genética, histórico de depressão ou baixa exposição solar ao longo do ano são mais vulneráveis ao transtorno.
Sintomas comuns da depressão sazonal
- Cansaço e falta de energia
- Sono excessivo ou dificuldade para levantar
- Mudanças de apetite (principalmente por carboidratos)
- Irritabilidade e desmotivação
- Dificuldade de concentração
- Isolamento social
- Sensação persistente de tristeza ou vazio
Atenção: esses sintomas podem se confundir com outras formas de depressão. O diagnóstico deve sempre ser feito por um profissional de saúde mental.
Como manter os níveis de vitamina D equilibrados
A principal fonte da vitamina D é a exposição solar direta, com cerca de 15 a 20 minutos por dia, sem protetor solar, preferencialmente no início da manhã ou no fim da tarde. No entanto, durante o inverno ou em regiões com pouca luz solar, isso pode não ser suficiente.
Nesses casos, vale considerar outras estratégias:
- Alimentação rica em vitamina D: ovos, peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum), fígado e alimentos fortificados.
- Suplementação oral: indicada quando há deficiência diagnosticada por exame de sangue. A dosagem deve ser orientada por um médico.
- Lâmpadas de fototerapia (luz branca intensa): recomendadas em alguns casos de depressão sazonal, com sessões diárias de 20 a 30 minutos.
Quando fazer exame e procurar ajuda
É possível medir os níveis de vitamina D com um exame simples de sangue. Valores considerados adequados costumam ficar entre 30 e 60 ng/mL, mas isso pode variar conforme o laboratório e a recomendação médica.
Se os sintomas depressivos forem persistentes, mesmo com exposição solar e bons hábitos, é importante buscar acompanhamento psicológico e psiquiátrico. A vitamina D pode auxiliar, mas não substitui o tratamento convencional da depressão.
A combinação de sol, rotina e cuidados mentais
Manter uma rotina com exercícios físicos, alimentação equilibrada, exposição à luz natural e contato social regular também é essencial para prevenir ou amenizar os efeitos da depressão sazonal. A vitamina D é uma peça importante nesse conjunto, mas não atua sozinha.
Entender sua influência no cérebro e manter seus níveis equilibrados é uma forma natural e eficaz de proteger o humor e a saúde mental, especialmente nas estações mais frias e com menor luminosidade.