O uso constante do celular no bolso da calça levanta dúvidas sobre seus possíveis efeitos na fertilidade masculina. Com o aparelho sempre próximo à região pélvica, muitos especialistas têm investigado se a exposição frequente à radiação eletromagnética e o aumento da temperatura local poderiam prejudicar a qualidade dos espermatozoides.
Embora o tema ainda gere controvérsias, alguns estudos apontam que manter o celular próximo aos testículos pode, sim, influenciar negativamente alguns parâmetros do sêmen.
O que dizem os estudos sobre celular e fertilidade
Pesquisas científicas sugerem que a radiação emitida pelos celulares pode afetar a motilidade e a vitalidade dos espermatozoides. A exposição prolongada poderia reduzir a capacidade de movimento dessas células, dificultando a fecundação.
Outro ponto em análise é a temperatura escrotal. Como os espermatozoides precisam de uma temperatura levemente mais baixa que a do corpo para se desenvolverem adequadamente, carregar o celular no bolso por longos períodos poderia gerar um aquecimento local prejudicial.
Apesar desses indícios, a comunidade científica ainda não chegou a um consenso definitivo. Muitos estudos são de curto prazo e realizados em condições controladas, o que limita as conclusões sobre os efeitos reais no dia a dia.
Possíveis riscos observados até agora
Entre os efeitos relatados por algumas pesquisas estão:
- Redução da motilidade espermática, dificultando o deslocamento dos espermatozoides até o óvulo.
- Danos ao DNA dos espermatozoides em casos de exposição contínua.
- Queda na contagem espermática, em alguns estudos de observação.
- Aumento da temperatura testicular, fator que comprovadamente afeta a qualidade seminal.
Esses achados reforçam a necessidade de cautela, especialmente em homens que já apresentam problemas de fertilidade.
O que ainda não está comprovado
Apesar das evidências iniciais, não há provas conclusivas de que carregar o celular no bolso cause infertilidade masculina. O que se sabe até agora é que pode haver associação com alterações na qualidade seminal, mas os resultados variam conforme a frequência de uso, o tempo de exposição e até a distância do aparelho em relação ao corpo.
Ou seja, o celular é um possível fator de risco, mas não pode ser apontado como causa única da infertilidade.
Como reduzir os riscos no dia a dia
Mesmo sem consenso científico definitivo, alguns cuidados simples podem ajudar a minimizar os efeitos do celular sobre a saúde reprodutiva:
- Evitar carregar o celular no bolso da frente da calça por longos períodos.
- Preferir guardá-lo em bolsas, mochilas ou no bolso de casacos.
- Não dormir com o aparelho próximo à região genital.
- Usar fones de ouvido para chamadas longas, em vez de manter o celular no colo.
- Manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de exercícios e evitar tabagismo, que também influenciam na fertilidade.
Estilo de vida pesa mais que o celular
É importante destacar que a infertilidade masculina tem múltiplas causas, como desequilíbrios hormonais, varicocele, obesidade, tabagismo e fatores genéticos. O celular pode ser um elemento a mais nessa equação, mas não é, até o momento, considerado o principal responsável.
Manter uma rotina saudável, com acompanhamento médico regular, continua sendo a medida mais eficaz para preservar a fertilidade.
O que a ciência aponta até agora
O uso do celular no bolso ainda não foi comprovado como causa direta de infertilidade, mas já existem evidências de que pode afetar a qualidade dos espermatozoides. Diante disso, adotar cuidados simples para evitar exposição excessiva é uma medida preventiva válida, especialmente para quem deseja ter filhos no futuro.
A pesquisa continua em andamento e novas descobertas devem trazer respostas mais claras nos próximos anos. Até lá, a recomendação é usar a tecnologia de forma consciente, sem deixar de lado hábitos que comprovadamente preservam a saúde masculina.