Pouco conhecida do grande público, a camarinha é uma fruta silvestre que tem despertado o interesse da ciência e da indústria cosmética por seus efeitos antioxidantes naturais. Seja na versão portuguesa (Corema album) ou brasileira (Gaylussacia brasiliensis), ela concentra compostos bioativos capazes de proteger a pele contra os danos causados pelo sol, poluição e envelhecimento precoce.
Com alto teor de flavonoides, fenóis e antioxidantes naturais, a camarinha se destaca por atuar diretamente no combate aos radicais livres, moléculas instáveis que aceleram a degradação celular e afetam a firmeza, o brilho e a uniformidade da pele. É justamente por esse motivo que seus extratos vêm sendo estudados como ingredientes para fórmulas rejuvenescedoras, máscaras regeneradoras e até suplementos voltados à saúde da pele.
Por que a camarinha chama atenção na área da beleza
Apesar de rara, a camarinha apresenta um perfil químico que a coloca entre as frutas com maior potencial antioxidante. Ela contém flavonoides como quercetina e rutina, taninos e ácidos fenólicos que ajudam a reforçar a barreira de defesa da pele, reduzir inflamações leves e proteger contra o envelhecimento induzido por agressões externas, como os raios UV.
Estudos laboratoriais feitos com a variedade Corema album mostraram que a fruta tem uma atividade antioxidante expressiva, comparável ou até superior à de outras frutas mais populares, como a uva branca. Já a versão brasileira, Gaylussacia brasiliensis, também conhecida como mirtilo-do-cerrado, apresentou alta concentração de compostos fenólicos, com destaque para sua ação anti-inflamatória e despigmentante leve.
Como essa fruta pode ser aplicada na rotina de cuidados com a pele
O uso cosmético da camarinha ainda está em desenvolvimento, mas seu potencial é claro em três frentes principais:
- Séruns antioxidantes: extratos concentrados da fruta podem reforçar fórmulas que combatem o estresse oxidativo, reduzem o efeito da poluição urbana e melhoram a textura da pele.
- Máscaras faciais regeneradoras: quando combinada a ativos como ácido hialurônico ou niacinamida, a camarinha pode oferecer ação calmante, suavizante e iluminadora, com efeito imediato e de médio prazo.
- Tônicos e brumas hidratantes: graças à presença de compostos anti-inflamatórios, a fruta também pode ser útil em produtos voltados para peles sensíveis, reativas ou que sofrem com vermelhidão.
Além do uso tópico, há também o interesse na ingestão da fruta em forma de suplemento antioxidante, já que seus compostos também beneficiam a pele de dentro para fora, embora esse uso ainda dependa de mais estudos clínicos.
Ponto de atenção: pouca oferta e necessidade de padronização
Por ser uma fruta nativa e pouco explorada comercialmente, a camarinha ainda não está amplamente disponível em extratos padronizados ou cosméticos prontos. A maioria das pesquisas está concentrada em universidades e centros de biotecnologia, tanto no Brasil quanto em Portugal.
Outro ponto importante é que parte dos compostos presentes na fruta têm baixa biodisponibilidade, ou seja, nem tudo que está presente na polpa é facilmente absorvido pela pele ou pelo organismo. Por isso, os futuros produtos devem buscar formas de estabilizar e concentrar esses ativos para garantir eficácia real.
O potencial está na simplicidade de uma fruta esquecida
Mesmo com acesso limitado e ainda longe de ser um ingrediente popular, a camarinha já mostra que pode ocupar um espaço de destaque na cosmética natural nos próximos anos. Rica, poderosa e quase desconhecida, ela representa a nova geração de ativos que unem ciência, natureza e sustentabilidade.
Para quem acompanha tendências de beleza com foco em saúde da pele e ingredientes funcionais, vale ficar de olho nas futuras aplicações dessa fruta rara, que, apesar de discreta, promete grandes resultados.


