O Bolsa Família vai passar por ajustes importantes a partir de 2025. As novas regras anunciadas pelo governo federal vão restringir a permanência de famílias que tiveram aumento de renda, com o objetivo de redirecionar os recursos para quem mais precisa. A medida deve gerar impacto direto para milhares de beneficiários.
Por que o corte vai acontecer?
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, mais de 100 mil famílias devem ser excluídas do programa ao longo de 2025. A estimativa é que o governo economize mais de R$ 59 milhões ao ano com essa reestruturação. A intenção é garantir que os repasses sejam destinados às famílias que realmente estão em situação de pobreza ou extrema pobreza.
O que mudou nas regras de permanência?
Até então, quem conseguia um emprego ou passava a ter renda maior podia continuar recebendo parte do benefício por até dois anos, dentro da chamada “regra de proteção”. Com as novas diretrizes, esse tempo foi reduzido para 12 meses.
Além disso, houve redução do teto de renda para entrar nessa fase de transição: de R$ 759 caiu para R$ 706 por pessoa. Esse novo limite segue referências internacionais sobre linha de pobreza.
Qual é o novo limite de renda?
O valor para entrar e permanecer no Bolsa Família continua sendo R$ 218 por pessoa da família. Se esse valor for ultrapassado, mas a média ficar até R$ 706, a família pode permanecer no programa por 12 meses, com acompanhamento.
Se a renda ultrapassar esse novo teto, o benefício é cancelado automaticamente.
Exemplo prático: uma família com quatro pessoas não pode ter renda mensal superior a R$ 2.824 (706 x 4) para continuar recebendo o auxílio.
Quantas famílias serão afetadas?
A expectativa é de que mais de 7.700 famílias sejam desligadas por mês, totalizando mais de 15 mil cortes só no primeiro mês de aplicação. Isso deve gerar uma economia de cerca de R$ 10 milhões mensais. Famílias com aposentadoria ou pensão, por exemplo, também terão apenas dois meses de permanência após a identificação da renda fixa.
Como saber se você ainda tem direito ao Bolsa Família?
Para continuar recebendo o benefício, a família deve:
- Ter renda por pessoa de até R$ 218;
- Manter o CadÚnico atualizado;
- Cumprir exigências como frequência escolar, vacinação, pré-natal e acompanhamento de saúde.
Quem estiver na faixa entre R$ 219 e R$ 706 por pessoa pode permanecer por um ano, desde que os dados estejam atualizados.
O que fazer se sua renda aumentou?
Se você teve aumento de renda, é essencial atualizar as informações no Cadastro Único. O governo cruza dados com outros órgãos e pode identificar divergências, o que pode levar ao cancelamento imediato do benefício e até à cobrança de valores recebidos indevidamente.
E se eu for desligado do programa?
Famílias desligadas ainda podem voltar a receber o Bolsa Família no futuro, caso a renda volte a se enquadrar nas regras. Para isso, manter o cadastro atualizado é essencial. Além disso, é possível ter acesso a outros programas sociais oferecidos pelos municípios, como auxílio emergencial, cestas básicas e cursos de geração de renda.
A reformulação do Bolsa Família em 2025 busca garantir que o programa seja mais eficiente e justo. As mudanças ajudam a concentrar os recursos nas famílias em situação de maior vulnerabilidade e abrir espaço para quem ainda está na fila de espera. Se você é beneficiário, fique atento aos limites de renda, atualize seus dados e acompanhe as exigências do programa.