A laqueadura é vista por muita gente como o ponto final da fertilidade. O famoso “pronto, agora acabou”. Mas será que é mesmo definitivo? A verdade é que o assunto vai muito além do que muita gente imagina e sim, é possível engravidar depois da laqueadura. Só que com muitas ressalvas.
A cirurgia, também conhecida como ligadura das trompas, bloqueia a passagem dos óvulos pelas trompas de Falópio, impedindo que encontrem os espermatozoides. Por isso, é classificada como um método contraceptivo definitivo. Mas o nome “definitivo” assusta mais do que deveria porque, tecnicamente, existem duas formas de engravidar depois do procedimento.
A primeira é por fertilização in vitro. A segunda, menos comum, é por meio da reversão da laqueadura, um procedimento cirúrgico para tentar restaurar as trompas. Só que aqui entra o ponto delicado: mesmo com a reversão, as chances de uma gravidez espontânea são baixas. Em muitos casos, as trompas não voltam a funcionar como antes. Ou seja, a alternativa mais realista ainda é a FIV.
Por isso, os especialistas são categóricos: a laqueadura deve ser encarada como uma decisão definitiva. E não só por questões médicas. O impacto emocional, físico e até relacional pode ser grande. Tanto que a legislação brasileira exige um prazo de reflexão de 60 dias antes da cirurgia, além de critérios como idade mínima (21 anos ou 2 filhos vivos) e consentimento por escrito.
A mensagem é clara: laqueadura não é método para quem “ainda está pensando”. É para quem já tem certeza absoluta de que não quer mais filhos nem agora, nem depois.
Se você cogita a possibilidade de mudar de ideia no futuro, talvez seja a hora de considerar outras opções mais flexíveis. Porque reverter a laqueadura é possível, mas não é simples. E engravidar depois disso, menos ainda.