Durante um evento em Brasília, o presidente Lula surpreendeu ao dizer que “não é fácil a vida” com um salário bruto de R$ 46 mil por mês. Segundo ele, após os descontos do Imposto de Renda e do próprio partido, restariam apenas R$ 21 mil líquidos.
A declaração repercutiu nas redes sociais, especialmente por contrastar com o aumento previsto para o salário mínimo, que vai subir apenas R$ 112 em 2026, passando de R$ 1.518 para R$ 1.630. Isso representa um reajuste de cerca de 7,4%, segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).
O impacto do novo salário mínimo
O salário mínimo serve como base para milhões de brasileiros, incluindo aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais. Por isso, qualquer reajuste tem efeito direto no poder de compra de quem mais precisa.
Apesar do aumento proposto, especialistas apontam que o valor ainda é insuficiente diante da inflação e dos altos custos de vida. Muitos defendem que o mínimo deveria acompanhar o valor da cesta básica ou uma referência real de dignidade.
Disparidade de renda em evidência
A fala do presidente acendeu ainda mais o debate sobre a desigualdade salarial no Brasil. Enquanto Lula se queixa do valor líquido que recebe após impostos, a maioria da população vive com pouco mais de R$ 50 por dia.
O contraste entre os R$ 21 mil “insuficientes” mencionados pelo presidente e o novo salário mínimo de R$ 1.630 mostra uma realidade muito distante entre quem governa e quem é governado.
Reajuste ainda depende do Congresso
O valor previsto para o salário mínimo em 2026 ainda não está garantido. Ele depende da aprovação do Congresso Nacional e da confirmação do índice oficial da inflação (INPC), que será consolidado até novembro de 2025.
Ou seja, o aumento de R$ 112 pode mudar, dependendo do cenário econômico até lá.
O que está em jogo
O salário mínimo é mais do que um número: ele define a base da renda para milhões de brasileiros. Cada reajuste influencia desde o consumo até a sobrevivência de famílias inteiras.
Diante disso, reclamações sobre rendas muito acima da média nacional soam desconectadas da realidade. Enquanto alguns calculam os descontos em cima de R$ 46 mil, outros contam moedas pra fechar o mês com pouco mais de R$ 1.600.