O mercado de motos no Brasil passou por uma reviravolta histórica em 2025. Mesmo com o setor crescendo mais de 10% no primeiro semestre, gigantes tradicionais como Honda e Yamaha viram sua participação de mercado cair. Enquanto isso, marcas como Shineray, Royal Enfield e Bajaj avançaram com força e começaram a dividir o espaço antes dominado pelas japonesas.

A Honda ainda lidera o mercado com folga, mas sua fatia caiu de 70,7% para 67,6%. Já a Yamaha, segunda colocada, sofreu um baque ainda maior: sua participação recuou de 17,5% para 14,1%, acompanhada de uma queda superior a 11% nas vendas. Ou seja, embora ainda vendam muito em números absolutos, ambas estão perdendo terreno para marcas mais novas e ousadas.

A Shineray se consolidou como a terceira maior força do setor, com um salto impressionante de 93% nas vendas. Com novos modelos, inclusive de 250 cilindradas, e preços competitivos, ela já começa a ameaçar diretamente a Yamaha em volume. Outro destaque é a indiana Royal Enfield, que cresceu 83% e agora ocupa o sexto lugar, graças ao sucesso de motos como a Himalayan 450 e a Super Meteor 650. A estratégia da marca, focada em design retrô e experiência de pilotagem, tem atraído um público fiel e crescente.

Mas o maior fenômeno é a Bajaj. Com menos tempo no Brasil, a marca saltou do 11º para o 7º lugar no ranking e triplicou sua participação de mercado. Seu crescimento ultrapassou 220%, impulsionado por modelos urbanos como a linha Dominar, que oferece desempenho, visual moderno e preço acessível.

Essas marcas emergentes estão ganhando espaço porque entregam motos com ótimo custo-benefício, design atraente e posicionamento bem definido. O consumidor, antes preso a poucas opções, agora encontra variedade e alternativas que se encaixam melhor no bolso e no estilo de vida. A popularização desses novos modelos mostra que o brasileiro está disposto a experimentar.

A Honda, que já chegou a ter mais de 80% do mercado, precisa se reinventar para manter a liderança absoluta. A Yamaha, por sua vez, tem o desafio de reconquistar um público que começa a olhar para fora do duopólio. A realidade é que a “pizza” do mercado segue crescendo, mas agora há novos convidados famintos e prontos para abocanhar fatias cada vez maiores.

A pergunta que fica é: o consumidor brasileiro está pronto para trocar tradição por novidade? Se depender dos números, a resposta já começou a aparecer nas ruas.

Compartilhar.