A neurodiversidade é um conceito que reconhece as variações naturais no funcionamento cerebral humano como uma forma de diversidade, assim como a diversidade de etnia ou gênero. Ele engloba condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH, Dislexia e Síndrome de Tourette. Apesar de ser um tema cada vez mais discutido, ainda existem muitos mitos e preconceitos. É hora de desmistificar algumas ideias e entender melhor esse universo.

Mito: neurodiversidade é uma doença que precisa ser curada

Verdade: Neurodiversidade não é uma doença, mas uma variação natural do cérebro humano. Pessoas neurodiversas têm formas diferentes de pensar, processar informações e interagir com o mundo. O objetivo não é “curar” essas diferenças, mas sim criar um ambiente mais inclusivo e acessível que valorize as habilidades e minimize os desafios que podem surgir em um mundo neurotípico. O foco é na aceitação e adaptação.

Mito: pessoas autistas não sentem emoções ou não querem interagir socialmente

Verdade: Pessoas autistas sentem emoções, e muitas vezes de forma muito intensa. A diferença está na maneira como expressam ou processam essas emoções, o que pode ser mal interpretado. Além disso, muitos indivíduos no espectro autista desejam interações sociais, mas podem ter dificuldades em iniciar ou manter conversas devido a desafios na comunicação social e na leitura de sinais não-verbais. O desejo de conexão é real.

Mito: TDAH é apenas falta de força de vontade ou preguiça

Verdade: O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta funções executivas do cérebro, como a atenção, o controle de impulsos e a organização. Não tem nada a ver com preguiça ou falta de vontade. Pessoas com TDAH podem ter dificuldade em se concentrar em tarefas que não as interessam, mas são capazes de hiperfoco em atividades que as engajam, mostrando grande criatividade e energia.

Mito: dislexia significa ver letras e palavras ao contrário

Verdade: A dislexia não é sobre ver letras ao contrário. É um transtorno específico de aprendizagem que afeta principalmente a leitura e a escrita, dificultando o reconhecimento preciso e fluente de palavras, a decodificação e a ortografia. A dificuldade está na forma como o cérebro processa os sons da linguagem e os associa às letras. Indivíduos disléxicos são inteligentes e podem ser muito criativos, precisando apenas de métodos de ensino adaptados.

Mito: neurodiversidade só afeta crianças

Verdade: A neurodiversidade é uma condição que nasce com a pessoa e a acompanha por toda a vida. Embora muitas condições neurodiversas sejam diagnosticadas na infância, o impacto e as características continuam na adolescência e vida adulta. O reconhecimento e diagnóstico em adultos está crescendo, ajudando muitos a entenderem suas próprias experiências e a buscarem apoio adequado. É um espectro contínuo, não uma fase.

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