Quem já tentou tirar a carteira de motorista sabe o quanto o processo é caro e burocrático. Mas isso pode mudar em breve. Um novo projeto do governo propõe eliminar a obrigatoriedade das aulas presenciais, o que pode reduzir o custo da CNH para R$ 750, quase 75% mais barato do que o valor atual.
A ideia é permitir que o candidato estude por conta própria e contrate apenas os serviços que realmente precisar. O foco agora é dar mais liberdade e tornar o processo mais acessível, especialmente para quem não pode gastar mais de R$ 3 mil com aulas e taxas.
Como vai funcionar a CNH sem autoescola?
A proposta vale para as categorias A (moto) e B (carro) e ainda está em análise na Casa Civil. Se for aprovada, o candidato continua obrigado a passar pelas provas do Detran, tanto a teórica quanto a prática, mas não será mais exigido fazer aulas em autoescola.
O conteúdo teórico poderá ser estudado por conta própria, com materiais oficiais da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), ou por ensino a distância. Já a prática poderá ser feita com instrutores autônomos credenciados, que estarão registrados no sistema oficial.
O que muda no valor da habilitação?
Hoje, tirar a CNH custa entre R$ 2.500 e R$ 4.000 em muitos estados. Com o novo modelo, o gasto pode cair para R$ 750 a R$ 1.000, já que o candidato pagará apenas pelas taxas obrigatórias, exames médicos e, se quiser, por aulas com instrutores particulares.
Esse modelo já é usado em países como EUA, Canadá, Japão e Inglaterra, onde o processo é mais flexível e menos engessado pelas autoescolas.
Quem é contra e quem apoia?
As autoescolas são contra a proposta, alegando que a mudança pode comprometer a qualidade da formação dos condutores. Já o governo defende que a segurança não será afetada, porque os exames continuam obrigatórios e os candidatos precisarão estar preparados para serem aprovados.
“O que muda é a liberdade de escolha. O cidadão poderá estudar e praticar da forma que preferir”, afirmou Renan Filho, ministro dos Transportes.
Vale a pena tirar a CNH por conta própria?
Para quem tem disciplina e quer economizar, a nova CNH sem autoescola pode ser uma ótima alternativa. A presença de instrutores autônomos ajuda a manter o padrão de qualidade e ainda permite um aprendizado mais personalizado, de acordo com o ritmo e a necessidade de cada um.
Mas é claro, sem aulas em grupo e sem rotina de autoescola, o candidato vai precisar ter mais responsabilidade para se preparar bem.
Se a proposta for aprovada, a mudança pode beneficiar principalmente jovens de baixa renda e trabalhadores informais, que hoje não conseguem arcar com os custos do processo atual. É uma forma de democratizar o acesso à habilitação sem abrir mão da segurança no trânsito.