Viajar para o exterior sempre vem com aquelas dores de cabeça na hora de pagar: as altas taxas do cartão de crédito internacional, a variação cambial inesperada e a preocupação com a segurança. Mas imagine se fosse possível fazer compras em outro país usando a moeda brasileira, com o valor já convertido na hora e sem surpresas? Prepare-se, porque essa realidade que parecia distante já está batendo à porta dos viajantes brasileiros, especialmente nos Estados Unidos, com o Pix Internacional. Uma parceria inovadora promete transformar suas compras e despesas lá fora.
Como a mágica acontece: o Pix nas lojas americanas
A grande novidade é resultado de uma colaboração estratégica entre a fintech brasileira PagBrasil e a gigante global de pagamentos Verifone. O sistema Pix Internacional já está funcionando oficialmente nos Estados Unidos, permitindo que turistas brasileiros realizem compras em lojas americanas usando diretamente o real. A mágica é simples: ao fazer uma compra, o lojista americano digita o valor em dólares na maquininha de cartão. Instantaneamente, o sistema gera um QR Code com a conversão automática para reais.
Para o consumidor brasileiro, o processo é incrivelmente fácil e rápido. Basta apontar a câmera do celular pelo aplicativo do seu banco brasileiro, escanear o QR Code e autorizar a transação. Pronto! O pagamento é efetuado em questão de segundos, diretamente da sua conta no Brasil. O valor que aparece na tela do seu celular já inclui todos os encargos, como o IOF, que é de 3,5% – uma taxa mais baixa do que os tradicionais 5,38% do cartão de crédito internacional. Essa previsibilidade e a agilidade na transação eliminam a necessidade de usar cartões de crédito internacionais, trazendo mais segurança e praticidade ao viajante.
Um divisor de águas para viajantes e lojistas americanos
Essa expansão do Pix Internacional não é apenas uma conveniência para os brasileiros; ela representa um divisor de águas para todo o ecossistema de pagamentos. Antes, o uso do Pix nos EUA era indireto, limitado a sites ou estabelecimentos de empresas brasileiras. Agora, com a integração direta nas maquininhas da Verifone, que processa mais de US$ 8 trilhões por ano e está presente em 75% dos maiores varejistas americanos, a aceitação se torna massiva.
Para os lojistas, os benefícios são ainda mais notáveis. As taxas de processamento giram em torno de 2%, o que é consideravelmente menor do que as taxas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito, que variam de 2% a 3% e ainda podem incluir encargos fixos adicionais. Além disso, por se tratar de uma transferência instantânea, o comerciante americano não sofre com os riscos de estorno, que são comuns em transações com cartão, reduzindo significativamente os custos operacionais do negócio e aumentando a segurança financeira.
Onde a novidade já virou realidade nos Estados Unidos e as expectativas
O Pix Internacional já está disponível em diversos pontos de venda nos Estados Unidos, com foco inicial em destinos turísticos populares como Nova York e Flórida. A expectativa é que o uso do sistema cresça exponencialmente nos próximos meses, impulsionado pela grande demanda de turistas brasileiros. A aproximação de grandes eventos globais sediados nos EUA, como a Copa do Mundo de Clubes em 2025 e a Copa do Mundo de 2026, também promete alavancar a adoção. De acordo com a U.S. Travel Association, mais de 6 milhões de turistas estrangeiros são esperados para visitar o país durante o Mundial, e muitos deles poderão se beneficiar dessa facilidade.
Os bastidores da inovação: elogios e polêmicas no cenário global
A chegada do Pix Internacional aos EUA não vem sem seus debates. Há críticas políticas, com figuras como o ex-presidente Donald Trump e o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abrindo investigações. A alegação é que o Pix, por ter sido desenvolvido por um banco central estatal (o Banco Central do Brasil), representa uma “vantagem desleal” frente a modelos de pagamento tradicionais.
Em contrapartida, economistas renomados como Paul Krugman elogiaram publicamente a eficiência e o baixo custo do Pix, classificando o sistema como uma inovação disruptiva que desafia os modelos tradicionais de bancos e operadoras de cartão. Para Ralf Germer, CEO da PagBrasil, a aceitação internacional do Pix é uma resposta clara à demanda global por meios de pagamento mais simples, baratos e eficientes. Segundo ele, o acordo com a Verifone posiciona o Brasil na vanguarda dos pagamentos digitais globais, beneficiando diretamente consumidores e o varejo internacional.
Essa nova era de pagamentos promete uma experiência de viagem muito mais tranquila e previsível para os brasileiros. Diga adeus às preocupações com o câmbio e as taxas exorbitantes: o seu real agora tem poder de compra direto em dólar, de forma instantânea e transparente.