O Brasil está cada vez mais digital quando o assunto é dinheiro. Segundo dados do Google e do Banco Central, apenas 6% da população ainda utiliza dinheiro em espécie com frequência. A queda é expressiva: em 2019, esse número era de 43%. O principal motivo por trás dessa mudança é o crescimento acelerado do Pix, aliado à digitalização impulsionada pela pandemia, pelo auxílio emergencial e pela chegada do Open Finance.
De acordo com a pesquisa “O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro”, divulgada pelo Banco Central, o Pix já é usado por 76,4% dos brasileiros. Para 46% dos entrevistados, ele é o método de pagamento mais frequente no dia a dia. O dinheiro físico, por sua vez, caiu para o terceiro lugar em termos de uso geral e está em segundo na frequência, com apenas 22% afirmando utilizá-lo com mais constância.
O estudo do Google, intitulado “Pagamentos em Transformação: Do Dinheiro ao Código”, confirma essa tendência. A adesão a contas digitais e aos pagamentos instantâneos disparou a partir de 2020, quando o Pix foi lançado. O contexto da pandemia acelerou ainda mais a digitalização, ao mesmo tempo em que políticas públicas como o auxílio emergencial exigiram que milhões de brasileiros passassem a usar serviços bancários digitais.
Apesar da queda, o dinheiro em espécie ainda tem espaço. Ele é preferido para pagamentos de valores pequenos, especialmente abaixo de R$ 20, e é mais comum entre pessoas de renda mais baixa e em regiões como Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Já no Norte e no Sul, o uso do dinheiro físico é menor.
O cartão de crédito segue relevante, sendo o meio mais usado para 42% das compras em estabelecimentos físicos. Seus principais atrativos são o parcelamento, o limite de crédito e os programas de benefícios. Já o Pix se destaca como o favorito para transferências e pagamentos de valores maiores.
Digitalização avança, mas brasileiros combinam formas de pagamento
A realidade do consumidor brasileiro mostra que, embora o dinheiro físico esteja perdendo espaço, ele ainda é necessário em certos contextos. A tendência para os próximos anos é uma convivência entre pagamentos digitais e físicos, com foco cada vez maior em praticidade, agilidade e inclusão.