Quebrar um espelho, segundo muitas tradições populares, é sinal de sete anos de azar. É uma daquelas superstições clássicas que todo mundo já ouviu e que muita gente leva a sério, mesmo sem saber exatamente o motivo. Mas de onde veio essa ideia? E o que, afinal, se acredita que acontece quando um espelho se parte?

Por trás da superstição, existem raízes históricas, simbólicas e até religiosas que ajudam a explicar como esse medo se espalhou pelo mundo.

A origem da superstição

A crença de que quebrar um espelho traz azar tem registros desde a Antiguidade, principalmente na cultura romana. Na época, acreditava-se que a imagem refletida no espelho representava a alma da pessoa. Romper essa imagem seria como quebrar a alma, o que atrairia má sorte, doença ou desgraça.

Os romanos também tinham a ideia de que a vida seguia ciclos de sete anos. Se algo ruim acontecesse, o azar duraria até o ciclo se renovar. Por isso, surgiu a associação de sete anos de azar após quebrar um espelho.

Espelho como símbolo de verdade e proteção

Ao longo da história, o espelho foi visto como algo quase místico. Em algumas culturas, acreditava-se que ele podia:

  • Revelar a alma ou o espírito de uma pessoa
  • Proteger contra energias negativas, funcionando como um “escudo” espiritual
  • Mostrar verdades ocultas, inclusive sobre o futuro (como na adivinhação)

Quebrar esse objeto carregado de significado seria como romper uma barreira entre o mundo físico e o espiritual, liberando forças ruins ou azar.

E se você quebrar um espelho hoje?

Segundo a crença popular, ao quebrar um espelho, a pessoa fica vulnerável a:

  • Falta de sorte em relacionamentos, trabalho e decisões
  • Desequilíbrios emocionais ou espirituais
  • Influências negativas ao redor, como inveja ou mau-olhado

Alguns rituais indicam formas de “anular o azar”, como:

  • Enterrar os pedaços do espelho longe de casa
  • Jogá-los em água corrente (como rio ou mar)
  • Acender incensos ou velas pra limpar a energia

Claro, tudo isso faz parte da tradição popular. Não há qualquer comprovação científica de que espelhos influenciem o destino de alguém.

Por que a superstição ainda assusta?

Mesmo sem base racional, o medo do espelho quebrado persiste porque mexe com o simbólico, o emocional e o invisível. É um daqueles gestos cotidianos que carregam mais significado do que parecem.

Em momentos de incerteza, muitas pessoas preferem respeitar essas tradições “por via das dúvidas”. Afinal, ninguém quer testar sete anos de azar só pra ver no que dá.

Mito, sim, mas com muita força cultural

Quebrar um espelho não muda o rumo da sua vida. Mas a força dessa superstição mostra o quanto certas ideias se enraízam com o tempo. Mesmo hoje, em plena era da informação, o som de um espelho estilhaçando ainda carrega um certo peso no imaginário coletivo.

Se é superstição ou verdade? A resposta depende do que você acredita, mas do ponto de vista prático, azar mesmo é ter que limpar os cacos.

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