O crescimento dos alimentos que imitam carne à base de plantas movimentou bilhões na indústria e conquistou espaço nas gôndolas e nas mesas. Mas apesar da aparência saudável, a ciência alerta: nem sempre essas alternativas são melhores para a saúde.
Novos estudos vêm analisando os efeitos dessas carnes vegetais processadas, conhecidas como PBMAs (sigla em inglês para produtos à base de plantas que imitam carne), e os resultados apontam para um cenário mais complexo do que o marketing sugere.
Substituir carne por vegetal nem sempre é sinônimo de saúde
A discussão não gira em torno de dietas vegetarianas ou veganas, que já são amplamente estudadas e reconhecidas por seus benefícios. O foco agora está nos alimentos industrializados que prometem substituir carne, frango e peixe com ingredientes vegetais ultraprocessados.
Esses produtos, embora feitos com base em soja, ervilha, arroz ou grão-de-bico, passam por diversos processos químicos e recebem aditivos para alcançar textura e sabor similares à carne. Com isso, surgem questões sobre o real impacto nutricional desses alimentos.
Estudos apontam vantagens e riscos no consumo frequente
Uma análise publicada em março de 2024 pela revista Food Research International trouxe à tona dados importantes. O artigo questiona se as alternativas vegetais realmente oferecem uma opção mais saudável, ao avaliar sua composição e efeitos sobre o corpo.
Entre os pontos positivos estão a redução no consumo de gordura saturada e colesterol, comuns em carnes vermelhas. Por outro lado, os produtos vegetais industrializados tendem a conter altos níveis de sódio, conservantes e estabilizantes, o que pode aumentar riscos cardiovasculares e metabólicos.
Além disso, muitos desses itens possuem baixo teor de ferro e vitamina B12, nutrientes essenciais normalmente encontrados em alimentos de origem animal.
Escolhas conscientes são fundamentais
O avanço das opções à base de plantas é uma vitória em termos de sustentabilidade e oferta alimentar, mas é essencial olhar além do rótulo. Optar por alimentos minimamente processados, como legumes, grãos integrais e leguminosas frescas, segue sendo a melhor alternativa para quem busca equilíbrio na alimentação.
Ao incluir carnes vegetais no cardápio, o ideal é consumi-las com moderação e sempre intercaladas com alimentos naturais. Avaliar o rótulo e priorizar produtos com menos aditivos é uma atitude simples que pode fazer diferença no longo prazo.