Victor Kreutz, 31 anos, transformou uma simples barraca de pastel em uma máquina de conteúdo nas redes sociais. Com mais de 600 mil seguidores no TikTok e Instagram e vídeos que já somam milhões de visualizações, ele é hoje conhecido como “o menino do pastel”. O mais curioso? Cerca de 80% do faturamento dele vem da internet. O pastel virou coadjuvante.

A fórmula do sucesso é simples e autêntica: mostrar o cotidiano na feira com bom humor, simpatia e um toque de humanidade. Um dos vídeos mais vistos, com 4,9 milhões de acessos, mostra algo aparentemente banal: ele faz um furinho no pastel antes de entregar ao cliente. O motivo? Evitar que a pessoa se queime com o vapor. A reação foi imediata: “A maior prova de amor”, comentou um seguidor.

O negócio começou de forma inusitada em 2005, quando o pai de Victor, dono de loja de carros, recebeu como parte de pagamento uma perua com duas feiras. Foi o empurrão que a família precisava para entrar no ramo. Hoje, a barraca “Pastel Itiban” funciona de quarta à noite até domingo à tarde em locais como Jardim Vazame, Itapecerica e Embu das Artes, em São Paulo. O cardápio tem mais de 25 sabores e massas próprias, com preços entre R$ 10 e R$ 24.

@victorkreutz Tô seu Flango com catupily senhor ✨ #meme #pasteleirofamoso #meninodopastel #feiralivre ♬ original sound – In oogway we trust 🙏

Mas é no mundo digital que Victor realmente decola. Após uma carreira como cantor, com dois álbuns lançados, um pela Som Livre, e música em trilha de novela da Globo, ele viu nos vídeos uma nova chance durante a pandemia. Começou em casa e depois levou a câmera para a feira. O carisma natural e a linguagem simples fizeram o resto.

Embora a fama online não tenha gerado um aumento expressivo nas vendas presenciais, a visibilidade atrai novos curiosos. “Tem gente que vai só para experimentar o pastel, mas volta porque realmente gosta. Só que, como é só de fim de semana, nem todo mundo consegue ir até lá”, explica.

Victor cresceu ao redor da barraca. Começou aos 12 anos, enchendo bisnagas de ketchup. Aos 16, enfrentou a timidez para atender clientes. Hoje, se sente completamente à vontade diante das câmeras e dos fregueses. “Toda pessoa deveria vender pastel por pelo menos uma semana na vida. Ensina muito sobre atendimento ao público”, diz.

Equilibrando o calor humano da feira com o alcance das redes sociais, Victor mostra que dá para vender pastel e fazer sucesso na internet ao mesmo tempo, com autenticidade, criatividade e, claro, muito trabalho.

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