Durante muito tempo, o ômega-3 foi associado apenas à saúde do coração e do cérebro. Mas estudos recentes apontam uma nova função surpreendente: ele pode reduzir comportamentos agressivos. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia analisaram 29 estudos clínicos envolvendo quase 4 mil pessoas e constataram que a suplementação com ômega-3 pode levar a uma queda de até 28% nos níveis de agressividade.
Como o ômega-3 influencia o comportamento
O efeito foi observado em diferentes tipos de agressividade. Tanto a agressão reativa, que surge como resposta a uma provocação, quanto a proativa, que é planejada, apresentaram redução. O ômega-3 parece atuar diretamente na química cerebral, ajudando a regular emoções e impulsos.
A chave pode estar na ação anti-inflamatória do nutriente e em seu papel na manutenção de funções cerebrais essenciais. Isso reforça a ideia de que escolhas alimentares afetam diretamente o comportamento e a saúde mental.
Quem pode se beneficiar com o consumo de ômega-3
Crianças, adultos e idosos foram incluídos na pesquisa. O neurocriminologista Adrian Raine, um dos autores do estudo, destaca que o ômega-3 pode ser eficaz em diferentes contextos: em casa, na clínica ou até no sistema prisional. Crianças com comportamentos agressivos, pessoas com TDAH, distúrbios de conduta e adultos com irritabilidade podem ter bons resultados ao incluir o nutriente na dieta.
Peixes como salmão, sardinha e atum são fontes ricas de ômega-3. A suplementação em cápsulas também é uma opção viável, desde que com acompanhamento profissional.
Outros benefícios conhecidos do ômega-3
Além de atuar na regulação da agressividade, o ômega-3 já é conhecido por reduzir o risco de infartos, AVCs e problemas cardíacos. Ele também mostra potencial na prevenção da esquizofrenia e no aprimoramento da função cognitiva em idosos, com efeitos neuroprotetores.
Adotar o ômega-3 no dia a dia é uma escolha simples com impacto real
Mesmo que não seja uma solução definitiva, incluir o ômega-3 na rotina pode colaborar para o bem-estar mental e a gestão de comportamentos desafiadores. Os dados apontam que pequenos ajustes na alimentação têm potencial para gerar mudanças significativas na qualidade de vida e no equilíbrio emocional.
A descoberta abre caminho para novas abordagens na saúde mental, onde a nutrição deixa de ser coadjuvante e passa a ser protagonista na prevenção e no tratamento de distúrbios comportamentais.