Pesquisadores estão cada vez mais atentos à relação entre o sono e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Um dos focos recentes é a fase do sono REM, conhecida pelos sonhos intensos e pela intensa atividade cerebral. Estudos apontam que alterações nesse estágio específico podem funcionar como sinal de alerta precoce para problemas cognitivos.

O Alzheimer ainda é um mistério em muitos aspectos, mas evidências crescentes sugerem que a forma como dormimos, especialmente o tempo que levamos para alcançar o sono REM, pode ajudar a identificar quem está em risco antes mesmo dos primeiros sintomas.

Sono REM, memória e a “faxina” cerebral

A fase REM é essencial para a consolidação da memória e o aprendizado. É durante esse momento que o cérebro realiza uma verdadeira “limpeza”, organizando informações e fortalecendo conexões neurais. Quando essa etapa sofre alterações, o funcionamento mental pode ser comprometido, principalmente ao longo dos anos.

Estudos mostram que pessoas que demoram mais para atingir o sono REM apresentam níveis mais elevados de biomarcadores associados ao Alzheimer. Isso significa que mudanças nessa etapa do sono podem indicar um risco elevado de desenvolver a doença, mesmo antes do surgimento de sintomas como esquecimento ou desorientação.

Distúrbios do sono e Alzheimer: o que a ciência já sabe

Diversas pesquisas revelam que distúrbios no padrão do sono são comuns em estágios iniciais de demência. A arquitetura do sono, ou seja, a forma como ele se organiza ao longo da noite, pode antecipar alterações cerebrais importantes.

Dormir mal de forma constante pode não apenas prejudicar a memória, mas também acelerar processos degenerativos. A boa notícia é que monitorar a qualidade do sono pode se tornar uma ferramenta valiosa na prevenção e no diagnóstico precoce de doenças cognitivas.

Como melhorar o sono REM e proteger o cérebro

Embora não seja possível controlar diretamente o tempo de sono REM, é possível criar condições para que essa fase ocorra de forma adequada. Algumas ações simples fazem grande diferença:

  • Manter horários fixos para dormir e acordar, inclusive aos fins de semana
  • Reduzir o consumo de cafeína e álcool à noite
  • Praticar exercícios físicos, preferencialmente pela manhã
  • Evitar exposição a telas e luzes fortes antes de dormir
  • Criar um ambiente escuro, silencioso e confortável no quarto
  • Evitar o uso frequente de remédios para dormir sem orientação médica

Hábitos diários que ajudam a reduzir o risco de Alzheimer

Cuidar do sono é um passo importante, mas não o único. Outras atitudes que contribuem para preservar a saúde cerebral incluem:

  • Praticar atividade física regularmente
  • Controlar doenças como hipertensão e diabetes
  • Evitar o tabagismo e o álcool em excesso
  • Tratar a perda auditiva com acompanhamento profissional
  • Adotar uma dieta balanceada e rica em nutrientes

Com o avanço das pesquisas, fica claro que o Alzheimer pode dar sinais muito antes de se manifestar plenamente. Observar a qualidade do sono e, em especial, da fase REM, pode ser uma das chaves para identificar riscos e agir de forma preventiva. Cuidar do sono, da saúde física e do equilíbrio emocional segue como uma das estratégias mais eficientes para proteger o cérebro a longo prazo.

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