A poucos quilômetros da agitação de Vancouver, existe um destino surpreendente que ainda passa despercebido pela maioria dos turistas: o Parque Nacional das Ilhas do Golfo. Com praias de areia clara, mar azul-turquesa e trilhas cercadas por florestas intocadas, esse pedaço do Canadá é tão impressionante que vem sendo apelidado de “as Maldivas canadenses” e não é à toa.

Além da beleza natural, o local preserva uma riqueza cultural e ecológica rara. Nessa região, mar e terra contam histórias que atravessam séculos. Há construções feitas por povos indígenas, como os jardins de mariscos intertidais, que continuam sendo restaurados até hoje, e áreas protegidas com carvalhos Garry, uma vegetação ameaçada que quase não existe em outras partes do país.

Por que esse parque ainda é um segredo bem guardado

O acesso limitado ajuda a manter a tranquilidade do lugar. Nada de rodovias movimentadas ou infraestrutura turística exagerada. Para chegar, é preciso pegar uma balsa saindo do continente até ilhas como Salt Spring, Saturna, Mayne ou Pender. De lá, o trajeto segue de bicicleta, a pé ou até mesmo de caiaque e é nesse caminho que a experiência começa.

Com sorte, dá para ver focas nadando, águias sobrevoando as árvores e um cenário que muda a cada curva. Ao contrário de destinos superexplorados, o parque é protegido contra construções comerciais. Não há hotéis gigantes, nem turistas em massa. O que existe são praias selvagens, trilhas vazias e um silêncio que só reforça a conexão com a natureza.

O que fazer no Parque Nacional das Ilhas do Golfo

Mesmo sendo um destino tranquilo, o parque oferece uma boa variedade de atividades para quem gosta de natureza e aventura. As ilhas Sidney e Cabbage são ideais para remar de caiaque ou stand-up paddle, passando por praias isoladas e observando de perto leões-marinhos e lontras.

Para os mais sortudos, há chances reais de ver orcas e toninhas Dall, especialmente nos arredores de Saturna Island. Já quem curte história pode explorar os antigos jardins de mariscos, construções que datam de mais de mil anos e foram feitas para facilitar a reprodução dos moluscos, uma técnica sofisticada dos povos originários da costa oeste canadense.

Outro ponto imperdível é o Farol de East Point, em Saturna. Além da vista aberta para o oceano e das formações rochosas que parecem ter saído de um filme, é o lugar perfeito para fotos e contemplação do pôr do sol.

Quando ir e o que saber antes da viagem

O Parque Nacional das Ilhas do Golfo foi criado em 2003 e abrange 16 ilhas e mais de 30 ilhotas. O clima é do tipo mediterrâneo, com verões secos e invernos suaves, condição rara no Canadá e ideal para quem quer aproveitar o calor sem enfrentar multidões.

As melhores épocas para visitar são:

Primavera: clima ameno, flores silvestres por toda parte e muitos animais ativos.
Verão: ideal para camping e atividades na água.
Outono: perfeito para quem quer tranquilidade e passeios de barco com temperaturas agradáveis.

Entre as principais atividades do parque estão:

  • Caminhadas por trilhas tranquilas
  • Observação de animais selvagens
  • Mergulho leve e natação em áreas seguras
  • Passeios de caiaque e barco entre as ilhas
  • Camping selvagem
  • Geocaching (atividade de caça ao tesouro com GPS)

Um destino autêntico que une natureza e cultura

O que faz o Parque Nacional das Ilhas do Golfo ser tão especial é o equilíbrio entre paisagem natural e respeito à cultura ancestral. Em vez de explorar apenas visualmente, o visitante tem a chance de entender a história da região, desde os primeiros povos até os esforços atuais de conservação.

Para quem quer escapar de roteiros batidos, esse pedaço do Canadá é o lugar certo. Ele oferece exatamente o que falta em muitos destinos turísticos hoje: silêncio, paisagens preservadas, experiências reais e a sensação de estar descobrindo algo novo, mesmo em um país tão explorado como o Canadá.

Esse é o tipo de viagem que não termina quando acaba, fica na memória, nas fotos e, principalmente, na vontade de voltar.

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Jornalista com registro no MT desde 2022, atuando na área desde 2019. Produtor de eventos desde 1998 e desenvolvedor web desde 2007, com foco em WordPress e conteúdo digital. No Estúdio Mídia, cuida da criação, edição e estratégia dos conteúdos.