O Pix brasileiro acaba de dar mais um passo importante rumo à internacionalização. Desde janeiro de 2025, o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil já está disponível em supermercados de Portugal, tornando-se uma alternativa prática para os mais de 550 mil brasileiros que vivem no país e para os milhares de turistas que o visitam todos os anos.
A novidade foi possível graças a uma parceria entre o Braza Bank e a Unicre, uma das maiores operadoras de terminais de pagamento do varejo português. A primeira rede a adotar o Pix foi o Continente, que iniciou os testes em Braga e, após resultados positivos, expandiu a aceitação para 18 lojas em Lisboa, Oeiras e Cascais. O plano é levar a solução para todas as unidades no país.
Como funciona o Pix em Portugal
O funcionamento segue o mesmo princípio do Brasil: pagamento instantâneo e sem burocracia. O consumidor paga em reais, com conversão automática para euros no momento da compra. O valor aparece na tela em ambas as moedas, trazendo transparência e segurança para o cliente.
Para os lojistas, há uma taxa em torno de 3%, além da cobrança do IOF de 0,38% e exposição à variação cambial. Apesar disso, o modelo oferece benefícios como liquidez imediata e menor dependência de intermediários, que nas operações com cartão de crédito geralmente convertem os valores primeiro para dólar antes da moeda final.
Expansão do Pix para outros países
Portugal não é o único destino. O Pix brasileiro já pode ser usado em estabelecimentos comerciais nos Estados Unidos (Miami), França, Chile, Argentina, Uruguai, Espanha e Paraguai.
Essa expansão é resultado de parcerias entre fintechs e empresas de pagamentos, que adaptam a infraestrutura do Pix para cada mercado. A expectativa é que o sistema se torne um padrão internacional de transações rápidas e seguras, especialmente para brasileiros que vivem ou viajam ao exterior.
Limitações fora do Brasil
Apesar dos avanços, ainda há restrições. O Pix fora do país só pode ser usado em pagamentos no varejo, não sendo possível realizar transferências internacionais de conta a conta. Isso significa que um brasileiro ainda não pode enviar Pix diretamente para alguém em Portugal, por exemplo.
Mesmo assim, especialistas apontam que o modelo traz vantagens em relação aos cartões internacionais, já que evita tarifas ocultas e mostra imediatamente o valor em reais e na moeda local.
Pix como referência global em pagamentos digitais
O sucesso do Pix brasileiro já desperta interesse em outros países, que avaliam criar sistemas semelhantes. Além de simplificar o consumo de brasileiros no exterior, a tecnologia pode se consolidar como um referencial global em pagamentos instantâneos, rivalizando até com bandeiras tradicionais de cartão de crédito.
Em Portugal, a aceitação tem ainda um simbolismo especial: a grande presença da comunidade brasileira acelera a massificação do sistema e mostra o potencial de expansão em outros mercados.
Com cada vez mais países adotando o modelo, o Pix se firma como um dos principais exemplos de inovação financeira do mundo, mostrando que a tecnologia criada no Brasil tem condições de se tornar uma solução global.