Parece ficção científica, mas é real: cientistas estão conseguindo reverter o tempo em partículas subatômicas, o que pode revolucionar o futuro da computação quântica.

Enquanto no nosso dia a dia o tempo segue em linha reta, sem pausa ou retorno, no mundo quântico ele pode ser acelerado, desacelerado e até revertido. Um estudo recente feito por pesquisadores da Academia Austríaca de Ciências e da Universidade de Viena revelou formas de manipular o tempo em escala quântica e isso pode abrir caminho para tecnologias que hoje parecem impossíveis.

Nada de DeLorean, mas sim um “interruptor do tempo”

A ideia de voltar no tempo aqui não tem nada a ver com filmes como “De Volta para o Futuro”. Não estamos falando de máquinas do tempo que levam humanos para o passado ou futuro, mas sim da capacidade de alterar o estado de partículas, como se estivéssemos rebobinando um vídeo.

Os pesquisadores usaram o que chamam de “interruptor quântico”, uma técnica que faz com que fótons, partículas de luz, retornem a estados anteriores. Isso significa que, em vez de seguir a evolução natural, essas partículas podem ser forçadas a voltar ao ponto de partida.

Como isso pode apagar erros

A principal utilidade prática dessa descoberta, pelo menos por enquanto, está no campo da computação quântica. Em um processador quântico, qualquer erro pode comprometer os cálculos. Com a nova técnica, seria possível literalmente “voltar no tempo” dentro do sistema e corrigir esses erros, como se estivesse desfazendo um passo errado em uma equação.

É como se o computador tivesse um botão de desfazer, mas funcionando a nível quântico, com um potencial gigantesco de aumentar a precisão e estabilidade desses sistemas.

Simular o envelhecimento de forma acelerada

Além de reverter, os cientistas também conseguiram acelerar o tempo para determinadas partículas. Em termos simples, é possível fazer com que um sistema “envelheça” mais rápido que outros ao seu redor. Isso é feito redistribuindo o tempo de evolução entre diferentes sistemas, como se pegassem anos de um grupo e transferissem para outro.

Essa técnica pode ser extremamente útil em simulações e testes, permitindo antecipar os efeitos do tempo sem precisar esperar anos reais.

E o que isso significa para nós?

Por mais que pareça tentador imaginar que um dia vamos rejuvenescer ou viajar no tempo, esses avanços ainda não se aplicam a humanos ou objetos grandes. A manipulação do tempo, até agora, só funciona em partículas quânticas, em ambientes extremamente controlados.

Mas o impacto dessa descoberta pode ser profundo em áreas como:

  • Computação quântica mais eficiente e confiável
  • Criação de novos algoritmos de correção de erros
  • Simulações temporais mais rápidas em pesquisas científicas
  • Avanço em tecnologias baseadas em luz e partículas subatômicas

Estamos mais perto de controlar o tempo?

De certa forma, sim. Embora ainda estejamos longe de dominar o tempo como nos filmes, a ciência está cada vez mais próxima de entender e manipular o tempo em níveis fundamentais. Isso não apenas desafia o que achávamos possível, mas também redefine os limites da física moderna.

A manipulação temporal em sistemas quânticos é um passo ousado rumo a um futuro onde o tempo, que sempre foi visto como imutável, pode finalmente ser uma variável sob nosso controle, pelo menos no mundo invisível das partículas.

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Jornalista com registro no MT desde 2022, atuando na área desde 2019. Produtor de eventos desde 1998 e desenvolvedor web desde 2007, com foco em WordPress e conteúdo digital. No Estúdio Mídia, cuida da criação, edição e estratégia dos conteúdos.