Uma cena inusitada chamou atenção de motoristas e da Polícia Rodoviária na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. Uma Honda CG, totalmente modificada para parecer um Fiat Uno, foi parada na altura do km 84, sentido sul, na última quinta-feira (10), e acabou apreendida. O condutor, mesmo com a documentação em dia, recebeu oito multas por alterações estruturais.

A moto que virou carro

O responsável pela criação é Thiago Henrique, conhecido como @marrom_mz nas redes sociais. Morador de Sumaré (SP), o influenciador adaptou sua Honda CG com peças automotivas, criando uma espécie de “carro de duas rodas”. A transformação incluiu volante de Fiat Uno no lugar do guidão, banco original do Uno com cinto de segurança, retrovisores automotivos e até um sistema de som.

A ideia surgiu em 2024, com mudanças progressivas. Primeiro foram os retrovisores, depois o volante, que passou por diversas versões até se fixar no modelo do Uno. Na sequência, vieram o tablet no painel, caixa de som e, por fim, o banco, que virou a marca registrada da moto.

O impacto da abordagem policial

Apesar da criatividade, a transformação não passou pelo crivo das regras do Código de Trânsito Brasileiro. A estrutura da moto foi considerada irregular, e a abordagem da polícia resultou na apreensão do veículo. A CG foi levada ao pátio, e Thiago agora aguarda os trâmites legais para tentar reavê-la.

Segundo o influenciador, ele já havia sido parado anteriormente, mas nunca multado. Dessa vez, porém, a fiscalização foi mais rigorosa e culminou na retenção da motocicleta.

Repercussão nas redes sociais

O caso viralizou rapidamente. O vídeo da apreensão publicado por Thiago acumulou milhares de visualizações e comentários. Internautas se dividiram entre elogios à criatividade e críticas ao risco envolvido nas alterações. Um dos comentários mais populares ironizou: “Tomou multa de carro ou de moto?”.

A CG Uno virou símbolo de irreverência, mas também levantou o debate sobre os limites da personalização de veículos. A legislação brasileira permite customizações, mas exige aprovação técnica para modificações estruturais. Caso contrário, o veículo pode ser apreendido, como ocorreu com Thiago.

A história ilustra bem a linha tênue entre a liberdade criativa e o cumprimento das leis de trânsito. Afinal, por mais curioso e inventivo que seja um projeto, ele ainda precisa respeitar os padrões exigidos para circular com segurança nas vias públicas.

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