Ter um sobrenome italiano como Rossi, Bianchi, Ferrari ou Esposito pode até acender a esperança de conseguir a cidadania italiana, mas a verdade é mais dura do que muitos imaginam: o sobrenome sozinho não abre nenhuma porta. O que realmente vale é provar, com documentos, que existe uma linha direta de descendência até um antepassado nascido na Itália.

A cidadania italiana é regida pelo chamado jus sanguinis, ou seja, pelo direito de sangue. Se o vínculo familiar for legítimo e contínuo, você pode sim ter direito, mesmo que o parente italiano tenha vivido séculos atrás. Mas, para isso, será necessário encarar um processo cheio de burocracia, exigências e custos que não param de crescer em 2025.

Como saber se você realmente tem direito à cidadania italiana

O primeiro passo é localizar um ancestral nascido em solo italiano. Em seguida, é preciso reunir certidões de nascimento, casamento e óbito de todas as gerações, até chegar ao requerente. Essas certidões devem ser emitidas em inteiro teor, traduzidas por profissional juramentado e apostiladas de acordo com a Convenção de Haia. Um detalhe essencial: se esse antepassado se naturalizou brasileiro antes de ter filhos, o direito à cidadania foi perdido naquele ponto da árvore genealógica.

Outro fator importante envolve as mulheres da família. Se a linhagem até você passa por uma mulher nascida antes de 1948, o reconhecimento da cidadania só pode ser feito por via judicial. Isso acontece porque, até aquela data, a legislação italiana não permitia que as mulheres transmitissem cidadania aos filhos.

Os sobrenomes mais comuns entre descendentes de italianos no Brasil

Embora não garantam nada por si só, alguns sobrenomes despertam mais atenção durante a busca por registros, justamente por serem populares entre os imigrantes italianos. Entre eles estão: Rossi, Bianchi, Ferrari, Romano, Colombo, Greco, Conti, Lombardi, Barbieri, Santoro, Mariani, Rizzo e muitos outros. Se o seu nome está nessa lista, o caminho é investigar documentos, não criar expectativas.

Quanto custa e quanto tempo demora para conseguir a cidadania italiana

Quem pretende entrar na fila dos consulados italianos no Brasil precisa estar preparado: a espera pode passar de 10 anos. Por isso, muitos brasileiros têm recorrido à via judicial, contratando advogados na Itália e tramitando o pedido diretamente nos tribunais. Esse caminho é mais rápido, leva entre 1,5 e 3 anos, mas exige investimento alto, que em 2025 varia entre R$ 11 mil e R$ 50 mil por pessoa, dependendo da complexidade do caso.

Quais as vantagens reais da cidadania italiana

Ser reconhecido como cidadão italiano abre as portas para viver, trabalhar e estudar em qualquer país da União Europeia com plenos direitos. Também facilita processos de residência, acesso a sistemas de saúde e educação de qualidade e a transmissão da cidadania para os filhos. Mas não é um processo fácil nem automático. Requer paciência, dinheiro e documentação sólida.

O que importa de verdade na hora de buscar a cidadania italiana

Não é o sobrenome que decide se você tem direito, e sim os documentos. É preciso provar a linhagem, entender as regras de transmissão e estar disposto a enfrentar um processo que, mesmo quando funciona, exige tempo e dedicação. O nome italiano pode ser o começo da jornada, mas o que valida tudo é o papel e ele precisa estar impecável.

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