A Microsoft está cada vez mais próxima de atingir a marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado. Em julho, a companhia alcançou uma capitalização de US$ 3,76 trilhões, consolidando-se como a segunda empresa mais valiosa do planeta, logo atrás da Nvidia, que já superou essa cifra no dia 10.

O salto no valor das ações tem relação direta com os avanços da empresa em inteligência artificial e computação em nuvem. Sob a liderança de Satya Nadella, a Microsoft tem reforçado sua presença nesses setores estratégicos. A Azure, sua plataforma de nuvem, junto à parceria com a OpenAI, está no centro dessa estratégia, garantindo receita recorrente e sustentando a confiança dos investidores.

Analistas apontam que o modelo de assinaturas e o pagamento regular de dividendos são dois pilares que mantêm a estabilidade da companhia em meio às transformações do setor. A corretora Oppenheimer, por exemplo, elevou as projeções para as ações da Microsoft com base na previsão de aumento da demanda por infraestrutura de IA.

Demissões em massa para financiar a nova fase da empresa

O ano de 2025 também tem sido marcado por cortes significativos no quadro de funcionários. A Microsoft demitiu cerca de 15 mil pessoas, sendo 6 mil em maio e outras 9 mil em julho, o que representa 4% da força de trabalho global. O objetivo é claro: direcionar recursos para projetos de inteligência artificial, que já consumiram mais de US$ 80 bilhões no último ano fiscal.

A aposta em IA já começa a mostrar resultados. Segundo a própria empresa, os sistemas como o Copilot já geram até 30% do código utilizado internamente, o que proporcionou uma economia de cerca de US$ 500 milhões. Além disso, equipes de atendimento e engenharia foram reformuladas com foco em automação.

O setor de games foi um dos mais afetados pelas demissões. Aproximadamente 2 mil cortes impactaram estúdios como ZeniMax e Turn 10, e projetos como Perfect Dark e Everwild foram interrompidos. Representantes sindicais alertaram para os riscos ao futuro dos profissionais envolvidos e pedem melhores garantias nos pacotes de rescisão.

Dependência da nuvem e IA cresce em meio a desafios no mercado consumidor

Embora os números impressionem, especialistas alertam para a estagnação em produtos voltados ao consumidor final, como Windows, Surface e Xbox. Essa tendência aumenta a dependência da Microsoft em relação ao mercado corporativo e suas soluções baseadas em nuvem e IA.

A disputa com gigantes como Google e outras big techs deve se intensificar nos próximos trimestres, definindo o rumo da Microsoft na corrida pela liderança global em tecnologia.

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