Pode parecer mentira, mas o ketchup já foi promovido como um verdadeiro elixir da saúde. Muito antes de se tornar o queridinho dos hambúrgueres e batatas fritas, esse condimento era comercializado como remédio em farmácias e anunciado como cura para uma série de doenças.

Como um simples molho virou tratamento médico

No início dos anos 1830, o médico americano John Cook Bennett deu início a uma campanha ousada: defendia que o ketchup de tomate podia tratar problemas como diarreia, indigestão e até icterícia. Ele acreditava nos poderes nutricionais do tomate, rico em antioxidantes e vitaminas, e convenceu muitos de que seu extrato em forma de molho era mais do que um tempero.

O sucesso foi tão grande que pílulas concentradas de ketchup começaram a ser vendidas, com o apoio de farmacêuticos e empresários. O condimento passou a circular como um “remédio natural”, empurrado por uma época em que medicina e marketing andavam lado a lado sem grandes barreiras legais.

O fim da farsa e o retorno à culinária

O ketchup só perdeu sua fama de medicamento quando a ciência começou a evoluir. A partir do final do século 19, investigações mais rigorosas desmascararam os exageros. Em 1906, leis como o Pure Food and Drug Act nos Estados Unidos passaram a proibir produtos sem comprovação científica de serem anunciados como remédios, colocando um ponto final na carreira médica do molho vermelho.

Uma história bizarra que diz muito sobre a medicina da época

A trajetória do ketchup revela como o entendimento da saúde já foi moldado por conveniência comercial e teorias pouco comprovadas. Hoje ele é apenas um condimento, mas já foi receitado como solução para problemas intestinais e muito mais.

Essa história serve de lembrete: nem tudo o que parece saudável é, de fato, medicinal. E até o molho da batata frita pode ter um passado surpreendente.

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